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Agricultura: UnB cria fertilizante a partir de lodo de esgoto

Fertilizante à base de lodo desenvolvido pela UnB tem a vantagem de reter mais água e dispensar potássio 50% mais lento do que os demais disponíveis no mercado. Pesquisadores seguem estudando uma forma de transformá-lo em adubo orgânico.


Por Correio Braziliense | 05 de novembro de 2023


Foto: Reprodução (Arquivo pessoal/Célio de Figueiredo)


Pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram um fertilizante sustentável a partir do tratamento do lodo de esgoto, chamado biocarvão ou biochar-k. O produto tem como característica ser muito mais rico em nutrientes e ainda reduz a emissão de gases de efeito estufa, como óxido nitroso. Além dessas qualidades, ele tem a capacidade de reter água, que para as condições tropicais é essencial, especialmente no período de estiagem, fazendo com que a planta sobreviva melhor durante o estresse hídrico.


As pesquisas começaram há mais de 10 anos, a partir da pirólise do lodo de esgoto (é um processo de queima sem a presença de oxigênio). Após essa queima, é obtido o biocarvão de lodo de esgoto. Com algumas pesquisas foi possível observar que esse material era pobre em um dos nutrientes primários que as plantas necessitam o potássio (k), isso porque ele é extraído após a lavagem no tratamento do esgoto. Depois desta constatação surgiu a ideia da criação de um novo fertilizante, enriquecendo o biocarvão com potássio.


Segundo o professor e coordenador do projeto, Cícero Célio de Figueiredo, 50 anos, a pesquisa levou muito tempo, pois desenvolver um produto novo exige diferentes etapas. "Primeiro o sistema de produção em si. Após isso, vem a etapa de caracterização do material para saber se ele realmente contém aquilo que é necessário para chegar no objetivo", explica. Depois do processo de estudos na teoria, a tese é colocada em prática.


Ele explica que, basicamente, são duas partes: uma dentro do laboratório, onde são feitos vários testes para ver a liberação dos nutrientes no solo, e a outra é quando os pesquisadores levam a pesquisa para o campo, onde observam se funciona na prática. "Sem contar com os empecilhos que a produção impõe, pois não era algo que já havia sido testado aqui em Brasília. Nós não tínhamos as coisas básicas, como um forno adequado de pirólise, não sabíamos caracterizar os métodos para constatar que ele realmente tinha as propriedades que a literatura dizia", comenta Figueiredo.


Fonte: Correio Braziliense


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